Não atire o pau no gato-to

sábado, dezembro 04, 2010Marcia


A hora do banho aqui em casa é uma alegria, momento recheado de cantigas e brincadeiras. Desde que o Gustavinho nasceu, tenho o hábito de cantar as mais variadas canções infantis e eis que me surpreendo com meu pequenino cantando junto comigo! Geralmente ele segue cantando a mesma música que eu. E ontem, estava eu no meio da "Borboletinha tá na cozinha", quando o Gustavinho dispara "Gato-to-to", "eu-eu-eu".Certamente ouviu na escola...rs
Eu, como amante incondicional dos animais desde a mais tenra infância sempre estive certa de que ensinarei meus filhos a amar e respeitar os animais assim como eu sempre fiz. Fui criada no meio de cachorros e gatos e sinto um amor especial por eles. Eu já havia me convencido de que não iria ensinar a ele a versão original do "atirei o pau no gato" e sim aquela mais bonitinha:
"Não atire o pau no gato-to, porque isso-so não se faz, faz, faz; o gatinho-nho-nho é nosso amigo-go-go; não devemos maltratar os animais, MIAU!"
Então, no meio do banho segui cantando esta versão. E o Gustavinho me olhando com uma cara de interrogação, como quem diz " Vixi, minha mãe não sabe a letra..."rs.
Fiquei então pensando sobre este tema. Devo ensinar a ele as duas versões e explicar cada uma delas? Porque certamente ele ouvirá a versão original muitas vezes por aí. Ou será que devo somente ensinar a outra, mais correta?
Algumas canções infantis possuem letras cheias de tragédias, já repararam? "Atirei o pau no gato", "O amor que tu me tinhas era pouco e se acabou", "pega esse menino que tem medo de careta", etc.
Mas,fico aqui pensando, eu mesma fui criada ouvindo e cantando essas músicas e nunca me abalei por isso. Inclusive nunca tive a idéia de atirar pau eu gato algum, muito pelo contrário.
Certamente, essa é uma questão ainda bem polêmica pra mim. Manter as tradições ou melhorar o conteúdo? E vocês leitoras, o que pensam sobre isso?

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7 comentários

  1. Olá Márcia!

    Eu também me me questionei sobre isso, pois sempre cantei essas cantigas e nunca me abalei ou me traumatizei por isso.
    O que penso é que hoje em dia as coisas estão bem mudadas. Crianças agressivas, depressivas, que batem, maltratam e até matam seus amiguinhos... coisas que na nossa época não aconteciam e que hoje tá se tornando cada vez mais comum.
    Por essas razões eu também tenho evitado cantar músicas que, mesmo que inconscientemente, proferem frases e palavras negativas, maldosas.
    Imagina só uma criança nos dias de hoje com um pedaço de pau na mão? Ela não só vai "bater no gato" como tb nos amigos, na mãe, na vó etc e tal.
    Eu só a favor do resgate das cantigas de roda, mas da forma que a Galinha Pintadinha faz. Vc conhece? O CD apresenta as duas canções. Vou ensinar o José Marcos assim. Vou orientá-lo a cantar entendendo a letra da música, pra não se tornar um mero repetidor de palavras.
    Ouço muitas músicas seculares que induzem a sexualidade tão cedo para nossas crianças e acho o cúmulo os pais acharem a “maior gracinha” de ver seus filhos repetindo...
    Cuidado nunca é demais!
    Penso também que aquela expressão "num tem nada a ver", é perigosa. Às vezes acabamos por achar que tudo é inofensivo, que não tem nada a ver... e isso entra no coração dos crianças e no nosso também.
    Pra mim o que sai da boca contamina e muito! São palavras lançadas, sem voltas que podem achar morada e fazer um estrago!
    Bem, é isso.
    Espero ter me feito entender....
    Com carinho, Genis.

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  2. Flor, eu já me peguei pensando nisso por diversas vezes. Tanto que canto para GG:
    "Nana nenê, nana pra crescer. Os anjos do céu, vão proteger você"
    Acho mais bonitinho.
    Mas eu também me criei ouvindo as tradicionais e nem por isso saí atirando pau no gato, ou tive medo do boi da cara preta...
    Sei lá, acho que as pessoas supervalorizam algumas coisas hoje em dia.
    A educação que a gente dá para os nossos filhos é que vai fazer a diferença.
    BJokas

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  3. Se pudermos melhorar porque não?? Eu particularmente ouvia e também não sentia medo algum, quando minha mãe cantava que a cuca vinha me pegar, rsss eu sorria diz ela. Ela disse que sempre fui corajosa. Mas se pudermos melhorar acho uma boa. Bjs pro gustavinho.

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  4. Oi Márciaaa!
    Adorei o post!!! sabe, me fez lembrar da infância...rsrsrs. Esses tempos você também fez um post que me remeteu a isso. Foi o cheirinho de infância, senão me engano o título.

    Gostei do comentário da Genis e concordo.

    Tenho ensinado pra minha filha os dois lados, tanto dessas cantigas, quanto dos desenhos que não acho bom ela assistir.

    Querida, um beijo e tudo de bom pra vocês.

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  5. OI MÁRCIA,SOU PROFESSORA DE ALFABETIZAÇÃO HA 13 ANOS E MÃE DE UMA GATINHA HA 5.EU OPTEI POR ENSINAR A ELA AS DUAS VERSÕES.COMO TEMOS GATOS EM CASA E ELA OS ADORA(ELA É AMANTE DA NATUREZA,AMA ANIMAIS)ELA SEMPRE PREFERIU A VERSÃO MELHORADA.DESDE PEQUENA ELA ATINOU PRO QUE A MÚSICA DIZIA E ACHA A VERSÃO ORIGINAL MUITO RUIM.NA ESCOLA TAMBÉM AS PROFESSORAS SÓ USAM A VERSÃO MELHORADA E GRAÇAS A DEUS DEU CERTO.ACHO QUE O IDEAL E JUSTAMENTE ESSE,QUE VC MOSTRE OS DOIS LADOS PRA ELE E AINDA DE QUEBRA TEM UMA CHANCE PRA REFORÇAR COM ELE OS VALORES MORAIS E O CUIDADO COM A NATUREZA.UM BEIJO E MUITA FELICIDADE PRA VCS.

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  6. Bom, vc tem toda razão... sobre essa musiquinha do gato. Acho que tem que ensinar as duas versões,já que querendo ou não a "negativa" é mais conhecida entre as escolinhas e amiguinhos, né? Só pra criança não ficar descolocada no meio das outras crianças, melhor ele saber as duas, né?

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