Colaboradora Desabafo

Um momento difícil

quarta-feira, setembro 14, 2011Cida Kuntze



Texto da Lucyana, do Blog Catequistas, semeando amor

Olá!
Sou a Lucyanna e costumo usar a blogsfera para falar de Deus, mas essa semana meu coração quer falar de maternidade.
Sou mãe de segunda viagem. Na primeira, fui surpreendida por uma gravidez terrível, com direito a inúmeras internações para tomar soro e muito, muito enjôo (sempre acompanhado do melhor amigo: o vômito)....foram 9 meses de muita angústia, mal estar e pouca curtição. Mas aí chegou o João Paulo e cada instante de agonia valeu a pena! É verdade que houve momentos difíceis depois que ele nasceu, afinal, o rapaz não dormia, tinha refluxo e foi premiado com uma bronquite asmática daquelas, mas tudo contornado com o tempo, a medicação (como é bom contar com uma boa pediatra!) e muito amor.
E então, depois de algum tempo, decidimos que era hora do segundo rebento aparecer. Nova gravidez, novos enjôos (mais leves, mas presentes) e um pouquinho de ansiedade: como seria ter dois para cuidar? Como dividir-se em 2?
E ai, nasceu o Gabriel. Assim como o irmão, chegou de parto normal (normalíssimo, como diz o obstetra, afinal, não dá tempo nem de pensar em anestesia ou algo parecido), pesou bem, teve um lindo índice apgar...tudo certinho. Como bônus, e reflexo de nossa ansiedade diminuída, o Gabriel dormia bem (acordando de 3 em 3 horas) desde o primeiro dia. Por outro lado, e como nada é perfeito, a amamentação do caçulinha não foi tão fácil e instintiva como a do primogênito.
Gabriel teve dificuldades para abocanhar as mamas (confesso que elas já estavam mais “caidinhas” do que quando amamentei o João Paulo) e a apojadura foi inacreditável! Após 72 horas de nascido, tive que correr para o hospital de madrugada, pois meus seios se transformaram em duas melancias! Para dar uma ideia do ocorrido, foram 350ml de cada mama, retirados por um obstetra, na UTI neonatal, em menos de 1 hora de ordenha manual!
E, desde então, foram 4 mastites e 4 visitas ao hospital. O pequeno mamando firme, crescendo bem, mas as mamas, mesmo com ordenha e doação de leite, sempre incomodando.
Semana passada, meu pequeno completou 5 meses e ganhou 2 dentes de presente. Eu, toda satisfeita, pois acreditei que iria chegar aos 6 meses de amamentação exclusiva, como manda o figurino e a medicina atual. E então, veio a última mastite...quanta dor, febre e muito mal estar.
Dois dias depois, Gabriel golfou sangue. Mais um dia e as fezes eram pretas, sem exagero. No mesmo dia, vômito com muito sangue...diagnóstico: minhas mamas estavam mais do que doloridas, estavam muito machucadas, como nunca haviam ficado!
A pediatra suspendeu a amamentação por 2 dias, para que os seios, ao menos, parassem de sangrar, e lá fui eu, com os olhos cheios d’água, comprar o leite em pó. Preocupada com a interrupção da amamentação, triste com a situação e ansiosa, pois nem todos os bebês pegam a mamadeira com facilidade.
E qual não foi a minha surpresa ao vê-lo devorar uma mamadeira inteirinha e dormir bem, muito bem uma noite toda! E qual não foi minha alegria ao ver as fezes normalizadas e nada de sangue no golfo?
Dois dias depois, pude voltar a amamentar, agora com o intermediário , ainda dói bastante, mas, pelo menos, não existe sangramento e tudo caminha para uma recuperação plena. No meio do caminho, a pediatra decidiu que deveríamos começar os alimentos, para que as mamas não sejam tão requisitadas e possam descansar.
Eu, como toda mãe do mundo, desejo o melhor para os meus filhotes. Ao primeiro, o melhor foi amamentar até os 6 meses, ao segundo, o melhor foi interromper um pouco antes a amamentação exclusiva, ou alguém acha que engolir sangue era a melhor opção? Eu não.
A gente é bombardeada todo dia com um milhão de informações sobre gravidez, amamentação, criação de filhos. Tudo parece nos ensinar, nos guiar e, como me disse um amigo uma vez (ele é pãe), nos fazer sentir que não somos tão bons quanto deveríamos.
Cada bebê é único, cada mãe também. Eu não sou a mesma mãe para os dois, pois cada um exige uma mamãe diferente. Também não posso querer que a história dos dois seja a mesma, como não foi desde o começo.
Amamentar é um gesto de amor. Exige tempo, dedicação, superação (sim, a maioria das mães passa por dificuldades em algum momento), treino (poucos são como o João, que nasceu sabendo), vontade. Eu sempre tive tudo isso, nas duas vezes, mas meu corpo pediu arrego semana passada, restou-me chorar (sim, chorei à noite) e compreender que tenho limites físicos.
Como não tenho limites emocionais, vou amar loucamente meu filhote e dar o melhor para ele, o melhor de mim! Nem que seja com mamadeira em punho, papinha no pote ou suquinho no copo.
FILHO, A MAMÃE TENTOU, MAS NÃO DEU. DAQUI PRA FRENTE, VAMOS TENTAR MANTER A AMAMENTAÇÃO, MAS COM OUTROS ALIMENTOS JUNTOS. VOCÊ VAI VER COMO É LEGAL SE SUJAR DE BANANINHA E EU VOU AMAR BATER AS FOTOS!
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Obrigado querida pela sua participação enviando esse texto falando desse dessa experiência, pois temos certeza que muitas mamães irão se identificar.
Beijos,
Equipe Recanto.

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9 comentários

  1. Lú, que você continue sendo essa super mãezona, e que Deus te ajude a cada dia a cuidar e educar da melhor forma os teus filhos.
    Beijinhos.

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  2. Que Deus os ilumine nessa nova etapa... Que seus dias sejam abençoados por muita saúde e felicidade daqui por diante!!! E pergunta! Como é ter dois rebentos??? Ai ai! Beijocas!

    Mamiimari

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  3. Lu, parabéns por tudo!
    Tô aqui emocionada lendo seu depoimento e tenha certeza Amada, o Biel será tão forte qto o JPzinho! Amor, dedicação e comprometimento com o melhor pra ele graças à Deus vc tem de sobra, então minha amiga, vamo q vamo na introdução dos alimentos!

    Eu consegui amamentar meu tourinho exclusivamente até os 6 meses, graças a uma demissão do trabalho... e agora ele tá um rapazinho (5 anos) e eu começando a ter saudades de tudo aquilo q vivi... mas aí é outro esquema, primeiro preciso estruturar uma família, mas tb creio q Deus tá no comando!

    Bjo enorme pra vcs viu!

    gabirosaflor.blogspot.com

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  4. Amei o seu post, cheio de carinhos e cheio de verdade...

    Beijos!!!

    Lívia.

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  5. Levei um susto com o post publicado..entrei de manhã e não estava por aqui...
    Pena que eu não mandei uma fotinho da moçada para aparecer ai...a moça é muuuiiitttooo mais bonita que a escritora...hahaha
    Gente, obrigada pelo carinho e palavras de incentivo.
    Estamos caminhando, dias bons, dias ruins, mas com a graça de Deus, sempre caminhando para frente!
    Grande beijo, Lucyanna

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  6. Minha mãe diz que nenhum filho é igual, nem a amamentação. O amor é tudo e tomará conta de vcs... cris

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  7. Maior do que amor de MÃE, só mesmo o amor de Deus! Muito tocante o seu post. Eu não tive filhos, mas tenho certeza que para vc, tê-los e vê-los crescer com saúde compensa todos esses momentos de dor. Que o Senhor continue te abençoando com este amor e sabedoria.

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  8. O nosso cantinho está comemorando 50 seguidoras e quero agradecer muito a vcs Mamães Blogueiras.
    Estou muito feliz.
    Venham fazer uma visinha.
    Bjks a todas
    http://cantinhodosam.blogspot.com/2011/09/comemorando-50-seguidores.html

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  9. Sei como é dificil ter que parar de amamentar, já passei por isso, mas foi o melhor para seu bebê e para vc.
    Deus te ilumine e aos teus filhos.
    Um grande beijo
    Cris Chabes

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