Adoção Colaboradora

Escolhi ser mãe

quarta-feira, dezembro 07, 2011Chris Ferreira

Por Renata Polombo, do blog Descobrindo a Maternagem



Há poucos dias fui à maternidade visitar uma amiga muito querida que acabara de "ganhar" bebê. Minha filha Natalia foi comigo. Enquanto esperávamos na recepção do hospital para subir para o quarto aconteceu o seguinte diálogo:

- Mãe, acho que eu não quero ficar grávida! Acho que eu vou adotar uma criança.
- É mesmo, querida? Porque pensa nisso?
- Ah, mãe! Tem um monte de crianças em abrigos precisando de ajuda...

Talvez eu devesse ter ficado orgulhosa da minha filha por ter um bom coração, mas na verdade eu me senti incomodada porque deduzi que ela associa adoção a caridade.

ADOÇÃO NÃO É CARIDADE!

O dicionário de língua portuguesa Michaelis (2007) define adotar como "tomar como próprio", em outras fontes li definições de adoção como o "ato de legitimar a filiação através da escolha, da preferência, aceitação, cuidado, consideração".

Eu não adotei porque queria ajudar crianças abrigadas. Eu adotei porque queria ser MÃE. Se quisesse ajudar crianças precisadas eu poderia fazer muitas outras coisas... poderia visitar casas de acolhimento... doar bens materiais... fazer trabalhos voluntários... entre tantas outra coisas... Não estou em nenhum momento desmerecendo ou desconsiderando o valor de ações caridosas, pelo contrário, exalto-as, o que estou tentando dizer é que adotar não é sinônimo de ajudar desfavorecidos.

É bem verdade que, principalmente nas adoções tardias, muitas pessoas adotam motivadas pelo desejo de fazer o bem a alguém, de ajudar ou até mesmo movidos pelo sentimento de dó. Eu questiono se esta seria a motivação ideal para adoção, porém não duvido que a partir daí possa se construir um verdadeiro amor.

Caridade é pontual, adoção é para sempre!

- Naty! Você e seu irmão não são meus filhos porque eu queria ajudar crianças abrigadas. Vocês são meus filhos porque eu decidi ser MÃE e Deus me deu vocês.

Não tive respostas. Mas acho que este não foi o fim da conversa.... 

*Renata é mamãe blogueira e se define como: "mãe por opção, descobrindo dia-a-dia a maternagem"...

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7 comentários

  1. Nunca tinha pensado por esse viés, e realmente vc conseguiu esclarecer muito bem a questão. Parabéns por ter sido abençoada com dois filhos! O seu desejo de ser mãe foi verdadeiro por isso Deus os colocou na sua vida... Um beijão! Mais tarde passo no seu blog pra conhecer! Fiquem com Deus e uma iluminada quarta!!!

    Mamiimari

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  2. Renata, parabéns pelo seu modo de pensar explanado aqui nesse belo texto.
    Concordo com você.
    Que Deus continue abençoando você e sua família cada dia mais.
    Um beijo grande!

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  3. Parabéns Renata, lindo o seu post e a sua opção em ser mãe.
    Que sirva de exemplo pra muitas famílias.
    Bjks que deu continue iluminando a sua família.
    Bjks

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  4. Oiii flor adorei seu post, mas nao sei se concordo com seus conceitos...eu acho q a caridade é uma forma de imenso amor, e apartir dela podemos criar o desejo de adotar....
    eu vou adotar uma criança, pois ja nasci com esse desejo, mas acho q hoje em dia, se cada pessoa for a um abrigo de crianças, uma vez por mes q seja.... com certeza a vontade da adoção vai gritar em seu coração... as vezes só nao temos conhecimento do q nosso coração precisa... bjaoooooo

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  5. Entendi o que você disse... Não adotar simplesmente para ajudar... Adotar para amar, para ser mãe...
    Penso em adotar, mas sempre pensei no sentido de dar amor e mãe para uma criança rejeitada...

    É... Também acho que sua conversa com a Naty não parou aí...

    Beijos

    Flavi

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  6. Renata, achei muito interessante a forma como você enxerga a adoção.
    Gostei muito das suas participações aqui no Recanto, seja bem vinda sempre!
    bjs

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  7. Dani, como escrito no post a adoção pode sim ser motivada muitas vezes por caridade ou dó... mas ela precisa se transformar em amor verdadeiro e maternagem, pq ser humano nenhum merece receber investimento afetivo apenas por que era um "coitado", "rejeitado", "abandonado"...

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