Colaboradora Ser mãe

Sobre ser mãe especial

quarta-feira, fevereiro 22, 2012Chris Ferreira

Por Ana Lúcia, do blog Pedro Henrique, amor pra toda vida!


Papai e mamãe grávidos...
Descobri a má formação do meu primeiro filho ainda na gestação. Lembro que saí do consultório desesperada, chorando muito. O primeiro pensamento é de revolta, muitos questionamentos, o porquê daquilo estar acontecendo com você.

Ainda na UTI Neonatal, me lembro da pediatra me dizer com o jeito mais frio, que no máximo meu filho viveria uns seis meses e se passasse disso, iria viver em um estado vegetativo. Imagina essa situação pra mim, muito preocupada com a saúde do meu filho, pelo problema dele, ouvir isso de uma médica, (se é que podemos chamá-la assim).
Depois de uns dois dias, já com exames prontos, veio o diagnóstico: Hidrocefalia Congênita associada a Macro-crânia Fetal.
Mas o quê isso significava?!
Eu não fazia a menor idéia, ou melhor fazia!

"Na minha família, teve 2 casos de hidrocefalia, mas na época não havia cirurgia, e se tinha  a operação era feita em outro estado, então meus familiares não tinham condições financeiras, e as crianças acabaram falecendo."

No hospital, ouvia apenas que ele não iria fazer muita coisa, já que apresentava deficiência motora. Disseram uma vez, que ele não será normal. Não vai sentar, não vai andar, não vai falar, não isso, não aquilo.
Os dias iniciais passaram para uma semana, um mês, um ano, e eu resolvi definitivamente filtrar o que ouvia e seguir meu coração: Eu queria meu bebê!!
Mamãe e bebê

No primeiro momento, muita revolta, muita dúvida, buscava um culpado e com muito medo de amá-lo, já poderia perdê-lo. Até que caiu a ficha. Pensei em sentar e chorar até resolver. Era isso que eu iria fazer, pensava. Mas como não acreditava nessa hipótese, e em minha vida não permitia lamentações, resolvi ir a  luta. Procuro fazer de tudo que posso com um objetivo único:  permitir que meu filho seja feliz! Assim, fui amando-o cada vez mais, apesar de qualquer limitação. E no que depender de mim e do meu marido, será feito.
Pedro Henrique
Eu sempre falo que meu filho é um guerreiro! Com ele, conheci o amor incondicional! Valorizo os pequenos progressos, percebo apenas com um olhar, o sentimento do próximo.
As vezes, eu me irrito, me canso, sinto tristeza, até raiva. Já me culpei por tudo isso, já sofri, mas hoje, aceito minha condição humana e percebo meus ganhos.

Mas não é fácil ter um filho com necessidades especiais. Não desejaria isso pra ninguém. As dificuldades são imensas, a começar pelo consultório médico, onde perguntas curiosas são feitas, pessoas se afastam com medo de "tocar". Os tratamentos são caros, a alimentação, o transporte inacessível, o preconceito e por aí vai...
Mas eu agradeço diariamente a Deus, por esta criaturinha tão especial fazer parte das nossas vidas. É um amor inexplicável!

Existem apenas limitações, por vezes enormes, mas todas resolvíveis. Acredito sinceramente que o grande pulo do gato, é a aceitação. Aceitar do jeito que é. Amar do jeito que é. Se vai andar, falar, sentar, isso é apenas um detalhe. Não me preocupa, nem um pouco, porque ao acordar, olho pra ele, e recebo um lindo sorriso e tudo fica perfeito!

Hoje, meu filhote está com dois anos e quatro meses de vida, e é sem sombra de dúvidas, a razão do nosso viver!
  
Um beijo!
Ana Lúcia da Silva Góis

Ana Lúcia por Ana Lúcia: "Sou esposa do Wanderley e mamãe do Pedro Henrique, um bebê que nasceu com Hidrocefalia, e desde então vem nos surpreendendo com sua vontade de viver a vida como uma criança normal! Estou aqui pra trocar experiências com outras mamães e futuras mamães, maternidade e afins..."

Assim como a Ana Lúcia, você também pode participar deste espaço como colaboradora, basta enviar um email para recantodasmamaes@yahoo.com.br . 
Nós publicaremos seu texto com o maior prazer.

Equipe Recanto


VEJA MAIS POSTAGENS

13 comentários

  1. Nessa sociedade atual que supervaloriza a perfeição (que nem existe) essa aceitação é uma grande evolução, o amor de mãe é o mesmo, tendo o filho saúde ou não. Linda história, gostei.

    ResponderExcluir
  2. Eu concordo com a Renata. Linda história. Um exemplo de fé e de força. Beijos!

    ResponderExcluir
  3. Que história maravilhosa! Deus abençoe essa familia, bjs.

    ResponderExcluir
  4. Que coisa linda!
    Parabéns por ser uma mãe especial e por ter um filho especial!mulher gerreira!
    Imagino que nesses casos especiais,o amor de mãe deve der maior ainda!
    adorei o post!
    beijos!

    ResponderExcluir
  5. Adorei o texto! Mais uma vez reforçando q mãe é mãe independente de qquer circuntancia... Independente se nasceram da gente ou nao, se nasceram especial ou nao, se nasceram e cresceram, se nao cresceram, se foi planejado, se veio sem querer... Depois q a gente ama nada dessas coisas importam realmente.

    Renata do blog www.descobrindoamaternagem.blogspot.com

    ResponderExcluir
  6. Ana Lúcia, eu creio que nada acontece por acaso e que tudo coopera para o nosso bem, para nos fazer mais fortes e melhores. Desejo muita saúde para o Pedro Henrique, sempre!
    Obrigada por compartilhar com a gente a sua história.
    beijos, Lauri

    ResponderExcluir
  7. Querida Ana,
    Como mãe especial que também sou, concordo quando diz que o grande pulo do gato é a aceitação.
    Antes da aceitação, ainda temos que passar pela fase do luto, que é absolutamente normal, mas passada a fase, o que sobra é o sentimento de mãe: Muito amor, proteção, dedicação e, algumas vezes, tristeza decorrente da insegurança em relação ao futuro dos nossos filhos.
    Mas quem sabe do futuro dos seus filhos????
    O importante é fazermos a nossa parte e nos assegurarmos de que eles sejam verdadeiramente felizes.
    Se conseguirmos isso, nossa missão está cumprida.

    Queria só compartilhar um fato ocorrido em minha família.

    Tinha um filho de 6 anos, quando Leti, minha bebê com atraso global no desenvolvimento, e suspeita de autismo, nasceu. Apesar de não termos diagnóstico fechado, desde os seus 6 meses andamos por terapias, correndo atrás do prejuízo. No ano passado, engravidei do meu terceiro. No final do ano, conversando com meu mais velho, agora com 9 anos, ele me perguntou: - mãe, será que Mateus vai ser especial como Leti? Antes que eu respondesse qualquer coisa, ele se antecipou: - Tanto faz! A gente vai amar ele de qualquer jeito, não é?

    Se um irmão, criança, tem essa percepção, imagina uma mãe.

    Beijo grande e força em sua caminhada.

    Janaina
    www.especialesercrianca.blogspot.com

    ResponderExcluir
  8. Me emocionei com o seu relato Ana Lúcia, você realmente é uma mãe muito especial como outras que como você tem esses anjos como filhos. Crianças que ensinam os pais a serem pessoas com uma força vinda de Deus.
    Um beijo e que Deus os abençoe cada dia mais.

    ResponderExcluir
  9. Que lindo depoimento.
    Acho que toda mãe grávida tem aflições até que veja que seu filho é "perfeito", mas o que é ser "perfeito" afinal?
    As pessoas de um modo geral não estão preparadas para o diferente.
    Muita paz pra vcs!♥

    ResponderExcluir
  10. Parabéns pela lindo história de vida, beijos.

    ResponderExcluir
  11. Ana Lucia,
    Um exemplo de vida.
    Como é bom chegar as quartas feiras e sermos presenteadas com esses lindos depoimentos.

    ResponderExcluir
  12. Que história linda. Que exemplo de vida!

    Concordo com a Genis "Acho que toda mãe grávida tem aflições até que veja que seu filho é "perfeito", mas o que é ser "perfeito" afinal?
    As pessoas de um modo geral não estão preparadas para o diferente."

    Beijos

    ResponderExcluir
  13. Obrigada a Equipe do Recanto, por publicar minha história!
    Um beijo á todas!

    ResponderExcluir

Obrigado por comentar, ficamos felizes!