Comportamento educação

Valores invertidos, seres humanos tortos...

quarta-feira, dezembro 18, 2013mundodepalavras






É  mais do que óbvio que a sociedade contemporânea vive uma inversão de valores avassaladora. Podem chamar de modernidade,  de normal, de atual, de necessária ou de qualquer outra coisa. Mas para essa pessoa que vos escreve, com 30 anos de vida (ainda não sei se é muito ou pouco), é sim uma aberração, uma deturpação ética e moral de princípios básicos para o desenvolvimento do homem e das relaçoes humanas.


Valorização de coisas ao invés de pessoas, de ter ao invés de ser, de estar na moda mesmo quando não se agrada dela, de ter o celular de última geração porque todo mundo tem, de baixar os aplicativos do momento (por mais imbecis e desnecessários que sejam) para não parecer desatualisado, enfim. Essa necessidade exibicionista que faz a gente pirar e entrar na onda. E quando a gente se dá conta, estamos postando até foto da comida que comemos no almoço ou no jantar e divulgando nossos itinerários publicamente.

Mas depois queremos defender com unhas e dentes a nossa privacidade, nosso direito de estar só, sem ser incomodado. Daí lembramos da tal vida privada. É cômico, não?


Todo mundo quer ter seus 15 segundos, minutos, dias, semanas ou meses de fama. Todo mundo quer causar. Celebridades instantâneas viram febre por meio de virais idiotas que surgem na internet todos os dias. Mas falar de religião, de espiritualidade, de valores é brega, é chato, é antiquadoS


E o que dizer das festas atuais? Casamentos, 15 anos e festas infantis que parecem eventos Hollywoodianos, com holofotes  que beiram a insanidade. (Sim, até eu já caí nessa, minha gente! Duas vezes!) Mas não caio mais. É sério! Não quero dizer que não vale à pena, mas muitas coisas são desnecessárias e fúteis. Criança gosta de pé no chão, de cabelo solto, de brincadeira e sujeira! E na maioria das vezes são obrigadas a passar o aniversário fazendo pose para foto e se comportando como adulto.

Daí os convidados vão para casa classificando a "festa" pela quantidade de sacolas, lembranças e personalizados que levaram para casa. Porque as festas deixaram de ser celebrações entre pessoas queridas, faz tempo... (Os benditos presentes jogados naquela caixa de entrada sem sequer serem entregues diretamente ao aniversariante, para mim, é a pior parte da história!)

Quanto às músicas, já pararam para analisar a pobreza poética, ideológica e artística dos hits "atuais"? Oh, my God! E muitos pais seguem achando "normal" seus filhos ficarem dançando e rebolando até o chão ao som das Anitas, Naldos, e demais MC's da vida (inclusive em festas infantis), repito: infantis!

Segue um trecho de uma singela canção que tocava na discoteca de uma festinha infantil que fui:

"É que eu morro de vontade de você
Traz champagne e sabe me enlouquecer
Pega o chantilly na hora de sentir prazer
Tira a roupa e faz coisas de alucinar
Vem me agarra, me faz delirar
Quero te beijar
Então vem me dá"  (Naldo)

Bem propício para crianças de 02, 04, 05 anos dançarem, não?

Estímulo sensual e sexual antes da hora porque é "natural", porque todo mundo ouve, porque todo mundo faz. E para não engravidar? É só distribuir camisinha, uai!

Roupas infantis mais caras que roupas de adulto, brilhos e paetês que fazem sua filha parecer uma alegoria de escola de samba. Um canal importado com desenhos infantis que ditam a moda dos brinquedos (caríssimos), das festas de aniversário, do material escolar e das roupas que seu menino usa.

Estão tentando me fazer engolir até agora que não pode mais dar uma palmadinha porque traumatiza e que o castigo virou  cantinho do pensamento. Aham! Enquanto isso, os professores apanham dos alunos nas escolas pelo país à fora e os pais só se preocupam com o bullying que seu filho está sofrendo por conta de um apelido.



Adolescentes utilizando o corpo como moeda de troca, postando na rede fotos com caras sensuais e bocas vermelhas seguidas de frases vazias e que não faz o menor sentido nem mesmo para eles. Se um menino é educado para respeitar as meninas, para não pegar geral e não passar o rodo, ele é considerado gay pelos amigos e até pelos pais dos amigos! Se uma menina decide manter a virgindade até o casamento, ela é pressionada e hostilizada.

Enquanto ídolos teens que mesmo sendo usuários de drogas, alcóolatras e pervertidos, fazem a cabeça da garotada enquanto os pais acham natural porque eles não são seus vizinhos, não estudam na mesma escola, portanto, conclui-se que não oferecem risco ao seu "bebê". E os filhos seguem conduzindo a educação que querem ter.

Enquanto a modernidade e a tecnologia entram pelos notebooks, tablets, smartphones e iphones, muitos pais fecham os olhos para o tempo que seus filhos passam debruçados, literalmente, sobre essas janelas. Crianças e adolescentes que passam horas a fio conectadas a uma rede de pessoas que os pais não conhecem e provavelmente jamais irão conhecer. Amigos? Oi?



Conhecer os pais dos amigos, onde eles moram, saber o telefone deles é coisa do passado, é retrógrado e cafona. Afinal, daria muito trabalho saber quem são os quase 1.000 amigos do filho na rede social, que possuem acesso a tudo o que ele escreve, fotografa, filma e sente 24 horas por dia. E por falar em trabalho... os pais tem mesmo que trabalhar e muito para dar conta de pagar essa conta cada vez mais alta...

Não costumo generalizar, gente. Mas prefiro ser retrô, antiquada e chata. A mãe que vai pegar no pé, que vai levar e buscar, que vai controlar horários e saber com quem o filho está andando e como está se comportando no mundo real e virtual. Prefiro ser a mãe que abriu mão de trabalhar fora para os filhos terem menos aparelhos eletrônicos e brinquedos e mais qualidade na educação. Prefiro ser a mãe que no futuro vai dormir tranquila sabendo que fez a sua parte. Deus me ajude!

Viva aos "NÃOS"  na hora certa!

Viva aos limites adequados!

Viva as correções necessárias!

Viva as conexões reais!

Só que agora você pode estar pensando duas coisas:

1º - Quem essa moralista pensa que é?

ou

2º - Concordo com ela, mas será que ainda há esperança?

Para você que pensou na 1º opção, tenho algo a lhe dizer: só lamento!

Para você que pensou na 2º opção, quero lhe dizer que há esperança sim!

Porque a educação começa em casa. Então só depende de mim e de você. Seja e faça você mesmo a mudança que deseja ver no mundo a começar por suas atitudes e pela educação que dá aos seus. A gente colhe o que planta. Sua contribuiç'ao pode ser pequena aos seus olhos, mas certamente fará alguma diferença.

Ah! E se você que estiver lendo esse desabafo for cristão e tem a a bíblia como manual de instrução, não abra mão dos princípios de Deus. Eles são absolutos, imutáveis e universais.

Um beijo esperançoso

Camila Vaz

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6 comentários

  1. Camila, eu adoro os teus posts, não desmerecendo as outras meninas viu, mas é que penso muito igual a ti.

    Fico chocada também com as coisas que vejo e escuto, sou daquelas que as vezes fala mas sempre pensa quando vê alguma coisa dessas que tu citou "mas no meu tempo era diferente!" parece cafona pensar assim, mas quem foi criada com pais que mesmo ano estando muito presentes como queriam, pois tinham que trabalhar, fui criada com rédea curta e na base do olho no olho. Nunca apanhei, bastava um olhar pra ver que minha "arte" não estava agradando sabe.

    Me chamam de sargentona aqui pois sou rígida com horários e algumas outras coisas em relação ao João, mas se eu não presar pela educação e caráter dele novinho, como vai ser quando ele for grande? tenho medo desse mundo, mas espero estar fazendo a minha parte, criando um homem de bem, um homem que vai respeitar a família, a casa e as pessoas a volta dele, e isso começa desde novinho.

    Semana passada recebi visitas e as crianças brincando veio uma e puxou o brinquedo dele. Não xinguei, ofereci outro e devolvi pra ele. Logo ele quis o da amiguinha, não deixei também, ofereci outro pro meu João, Criança não dá pra dar tudo que quer, tem que aprender a dividir, a respeitar.
    Podem me chamar de sargentona, mas sei que lá na frente não vou me arrepender da criação que estou e quer dar a ele.

    Musica (musica??) do Naldo em festa de criança é o fim.

    Beijo, amei o post.

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  2. infelizmente vivemos numa sociedade que só piorar
    sobre os presentes em caixa eu não coloco entro em mãos
    sempre, acho aqui horrível
    parabéns pelos destaques aqui no texto

    lindo dia bjs
    Ser Mamãe Pela Segunda Vez
    Google+Nanda

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  3. Camila cuido muito da educação das meninas, não sou tipo radical, gosto muito do equilíbrio.

    Tri-beijos Desirée
    http://astrigemeasdemanaus.blogspot.com.br/

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  4. Camila, que texto lindo! Deu pra sentir com quanta paixão foi escrito. E eu concordo, e concordo também com o fato de ainda haver esperança! Tivemos uma palestra na Unicamp há mais ou menos 3 anos atrás chamada "Crise de Valores ou Valores em Crise?". Foi ótima! Agora além do "ter" as pessoas também valorizam o "aparentar". Mesmo que você não tenha, o importante é aparentar ter! Que loucura! Enquanto isso fingimos que tudo vai bem, e negamos a nós mesmos a oportunidade de sermos melhores.

    www.paisqueeducam.com.br

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  5. Oi, Camila e equipe!
    As crianças deixaram mesmo de ser crianças, para combinarem
    com os novos e invertidos valores.
    Admirei a música da festa de aniversário infantil!
    Um abraço, Camila. Continue mostrando sua visão da realidade!
    Celina

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  6. Camila, amei teu texto.
    Concordo com você em tudo amiga. Parabéns por ter escrito com tanta propriedade sobre esse assunto, pois infelizmente as coisas mudaram muito.
    Aqui em casa tenho também a Bíblia como manual e assim temos educado a nossa filha, segundo os princípios de Deus.
    Um beijo muito carinhoso pra você e pra todas da Equipe.

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