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Meus filhos tem 4 e 2 anos.
Aqui em casa, saí de cima do muro e decidi: sem tablet, sem video-game e sem celular. Cada coisa no seu tempo e agora é tempo de ser criança e se relacionar.
Por um mundo com crianças mais humanas e reais.
Por crianças menos solitárias e virtuais.
É preciso se sujar para aprender a se limpar.
É preciso fazer cabaninha com lençóis e espalhar almofadas para depois juntar.
É preciso dividir brinquedos e espaços.
É preciso brigar, se reconciliar e se abraçar.
É preciso descobrir texturas além do toque na tela do celular.
É preciso fazer fila, esperar a vez, se decepcionar.
É preciso descobrir as cores além da tela do computador.
É preciso descobrir limites, ralar joelho, sentir dor.
Não dá pra terceirizar filho com equipamentos eletrônicos. Não dá pra esquecer da vida enquanto eles navegam na internet. Não dá, gente. Não dá.
Assistir a um desenho, ver um vídeo bonitinho, ou se divertir com um joguinho de vez em quando é normal. Mas deixar a criança desenvolver vício e dependência tecnológica é negligência.
Um dia desses minha filha tentava estabelecer um diálogo com um amiguinho, criar um vínculo e brincar. De longe eu fiquei observando o menino vidrado na tela do celular, sem prestar atenção no que ela dizia, sequer olhou nos seus olhos enquanto ela desistiu decepcionada. Ele foi embora e eles não brincaram.
Aquilo me chocou porque este fato reflete bem a realidade em que vivemos atualmente. Frieza, distanciamento e superficialidade.
Esse papo de encontrar equilíbrio é bom, desde que seja real. Que dá pra usar a tecnologia bem e a favor da criança é inquestionável. Mas infelizmente muitos pais estão abusando dessa facilidade.
Acho que quando a conexão da criança com o mundo virtual começa a torná-la egoísta, solitária e alienada é hora de refletir e até suspender o uso dos eletrônicos até que ela esteja preparada para utilizá-los de forma consciente e saudável.
Permitir que a criança tenha as suas experiências reais é fundamental no processo de desenvolvimento e amadurecimento dela.
Vamos refletir sobre isso?
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