Estamos vendendo nossa casa e vamos mudar para São Paulo.

Trabalho há 25 quilômetros de distância de casa três vezes por semana e o Fábio há uns 50 quilômetros todos os dias.

Até o João Pedro nascer, as idas e vindas para o trabalho não incomodavam tanto. No começo do ano voltei de licença maternidade e as coisas foram ficando complicadas, tem dia que chove ou tem acidente e ao invés de 40 minutos levo 2 horas para chegar em casa. E com o Fábio mudando de emprego e indo pra tão longe, todos os dias, ficou mais desgastante ainda.

Essa semana vieram inúmeros corretores aqui na nossa casa visitar, despertando a curiosidade do pequeno. O primeiro que veio, ele ficou desconfiado, mas depois vez amizade. E assim foram tantos outros.

Hoje, pela primeira vez, veio um casal conhecer nosso apartamento. Ao ver o casal entrando pelo apartamento um choro doído calou a corretora que falava sem parar, era o João Pedro. Seguiu o casal e a corretora pela casa, tentando fechar as portas antes deles entrar, foi até engraçado.

Claro que eu sei que ele não entende muito essa coisa de deixar uma casa para trás e começar tudo de novo, mas aquele choro, me fez lembrar uma vez que mudei. Lembro que enquanto ia com meus pais procurar casas, ficava imaginando um monte de coisas, ora eu queria morar do outro lado do planeta, ora eu queria morar na casa do lado. E foi mais ou menos o que aconteceu, mudamos para a rua de cima.

O João Pedro percebeu gente estranha na casa dele, e o choro, para mim, foi um aviso, eu vou até me mudar, mas eu vou resistir.

Ana Carolina - @anacarolinaqui