aprender Diferenças

Aprendendo a respeitar as diferenças

domingo, janeiro 16, 2011Recursos, Estratégias e Experimentos Didáticos 2021

      No segundo colégio que lecionei tíve um aluno "especial", "diferente". Ele tinha síndrome de Down. No começo, eu recém formada achei que não ia saber lidar com algo "diferente" em sala de aula.
      Bobeira minha. Bobeira de todos nós.
      Ele sempre foi um aluno 10. E não por que eu facilitava, mas por que ele era assim. Quando íamos para o laboratório e algumas atividades que ele não conseguia fazer, sempre tinha um colega para ajudar ou ele dava um jeito. Logicamente, como qualquer aluno, ele tinha manias e gostava de fazer as coisas do jeito dele. Copiar lição da lousa era um suplício, pois ele sempre ficava prestando atenção na conversa alheia e ficava atrasado. Um dia ele chorou tanto quando apaguei a lousa que fiquei sem reação e quase chorei junto e mandei uma cópia da lição para ele fazer em casa e me mostrar no outro dia.
      No outro dia, a mãe dele me mandou um bilhete escrito assim (nunca vou esquecer): "Professora, o fulano é igual qualquer outra criança, não caia nas lágrimas dele, beijos. Mamãe". E a partir deste dia, se fosse preciso apagar eu apagava e se fosse preciso dar bronca eu dava e assim por diante.
     Depois deste aluno, tive outros alunos com diferentes tipos de deficiências, síndromes, déficit de atenção e assim por diante e sempre procurei tratá-los como qualquer outro aluno, para assim que eles pudessem demonstrar até onde podem ir, e logicamente até onde eu posso ir com eles.
      Existem milhares de formas das síndromes se manifestarem,outras milhares de síndromes e logicamente deficiências, alterações metabólicas e assim por diante. E cada um delas deve ser tratada de forma sútil, leve.

Ana Carolina - @anacarolinaqui

Blog: http://anacarolinaqui.blogspot.com/

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7 comentários

  1. Muito bonito da sua parte.....
    Acho que é muito difícil pra muita gente.....até pra mim mesmo,na prsença de alguém assim,eu nem sei como me comportar..bobeira ne....
    bjsss

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  2. Excelente post! Amei o blog de vocês mamães, parabéns! Já sou seguidora!!! Também tenho um blog, moda e afins para crianças, quando quiserem conhecer..www.vestidoderodar.com.br
    Excelente 2011!!
    Rejane

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  3. Olá Ana Carolina!

    Gostei do teu relato, me fez lembrar de uma vez, assim que eu entrei no magistério, segundo grau, eu era nova, mas estava passando por uma fase difícil na minha vida. Foi bem nessa época que fui contratada por uma escola particular para ser auxiliar de uma professora.
    Na classe dela tinham vários alunos com alguma deficiência, mas uma das meninas precisava de cuidados o tempo todo, e foi pra isso que me contrataram, pra dar o auxílio necessário a ela.
    Nunca esqueço daquela época, pois aprendi muito.
    Meus problemas desapareceram, pois eu via naquelas crianças uma alegria e uma força de vontade pra aprender muito grande.
    Eles estavam sempre nos ensinando algo e quando terminou o meu tempo de ficar lá, agradeci muito a Deus por Ele ter me dado essa oportunidade, esse privilégio de conhecer crianças tão especiais em todos os sentidos.

    Beijinhos e tudo de bom!

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  4. Oi Carol
    Também já passei por essa situação. Após a escolha de sala uma professora falou: "Nossa você pegou esse aluno, ele é terrível, é DM (todos os alunos eram chamados assim por ela) ele é agressivo, dá muito trabalho, já foi meu aluno, a mãe é louca.......e mais um monte de baboseiras.
    Cheguei em casa, com a sensação de que iria ter um ano difícil.
    Mas no primeiro dia de aula, fazemos uma reunião com os pais e as crianças, para que eles se sintam mais seguros, então procurei nos rostinhos quem poderia ser o aluno de quem tanto falavam e não o reconheci nenhuma criança. Para mim todos eram iguais!
    No final da reunião a mãe se apresentou e falou um pouco sobre o filho.
    Bem......foi um ano de muito aprendizado, de muito crescimento pessoal e de muitas vitórias por parte de "todos os alunos" que não encaram as diferenças como algumas pessoas.
    Sei que não é fácil lidar com uma classe de alfabetização com 35 alunos, ainda mais se você tem um aluno que requer cuidados e atenção especiais, mas ele está ali para aprender, o que requer por parte do professor, técnicas diferenciadas de ensinar o mesmo contéudo.
    Mas se você já tem Amor, carinho e um olhar...tudo fica mais fácil.
    Parabéns pelo trabalho.
    Beijocas
    Cris

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  5. Achei muito interessante a atitude da mãe, ela poderia requerer um atenção especial apenas por ele ser diferente, mas fez exatamente o contrário.
    Beijo
    Adri

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  6. Hoje ou amanhã talvez, vou viver mais ainda com a diferença, tenho uma irmã que é especial ela tem 37 anos e 4 anos mais velha que eu...e tudo se encaminha que vou ter mais alguem na familia com alguma diferença, minha filha de 2 anos, dia 8 de fevereiro iremos na neuro e tudo indica que ela seja autista, depois de eu chorar litros de lagrimas, to tentando comentar nos blogs amigos...mas o pensamento vai e vem na minha filhota, espero que possa frequentar uma escola e tenha professores assim como tu e tão bons colegas...beijos!

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  7. Nossa, como foi bom ler esse relato. Acabei de me formar no curso normal e vou dar início em minha graduação em pedagogia agora no segundo semestre de 2011, ainda não tenho experiência, mas sou uma apaixonada pela educação, principalmente a infantil. Seu depoimento me inspirou bastante e o das outras meninas também. Muito obrigada por partilhar.

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