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O Lado Negro da Maternidade

quarta-feira, julho 13, 2011Chris Ferreira



Texto da Karine, do blog Aventuras do Mundo Materno 

Todos nós temos um "Dark side", um lado negro que não nos orgulhamos claro, afinal é um lado negro...mas ele faz parte de nós , e está ali nas nossas entranhas, é ele que nos faz mais humanos, mais normais, e nos consola quando temos acessos e ataques de fúrias e similares.
Na maternidade não é diferente, ele também existe, e não estou falando de depressão pós parto, porque isso é realmente um problema e uma disfunção, estou falando daqueles pensamentos que nos acompanham nos momentos mais duros.
Antes da Helena nascer eu pensava muito na depressão pós parto, e ficava pensando se a teria, e qual seria minha reação ao ver a Helena, se ia rejeita-la, e etc.. Acho que pensamentos que no fundo fazem parte de todas nós. Graças a Deus nada disso aconteceu e meu amor pela "D.Potoquita" foi instantâneo e radical.
Mas o meu "lado negro" após o nascimento dela existe, e eu não amar ela cegamente o tempo todo me pareceu muito normal, e quando tenho momentos que gostaria que ela estivesse ainda na minha barriga para eu poder dormir um pouco, ou ver algum programa na tv, também me parecem perfeitamente normais, e tenho muita coragem para falar disso, tendo em vista que toda a mãe se cobra muito em amar seu filho o tempo todo, em tempo integral e se culpa muito em querer fazer algo que não incluía o filhote.
É humanamente impossível você amar uma pessoa o tempo todo e nunca ter sentimentos negativos e sim, as vezes eu me pego mega irritada quando Helena começa a falar "Manhêeee" 100 vezes seguidas enquanto estou bem ao seu lado perguntando o que ela quer, sou maluca? acho que não?
E quando você dá mamar pro bebê as 23:00 da noite, o coloca para dormir, e tem aquela sensação de vitória, afinal você esta exausta, e aí ele começa a chorar, quer mamar de novo, e você quer cuidar dele, quer alimenta-lo, mas ao mesmo tempo está tão cansada... nossa isso não é conflitante? Louco ou pelo menos de enlouquecer? você "quase", digo "quase" desejaria que ele não tivesse nascido.
Se você for honesta consigo mesma, verá que terá momentos que a única coisa que você quer é colocar o pé pra cima e relaxar e quando não conseguir isso, ter "pensamentos dark" do tipo: - Podia aparecer alguém e levar esse bebê pra dar uma volta- sem se sentir uma monstra por isso. Fora que terá dias que o seu bebê se transformará no "monstro", jogará comida na sua cara, no chão,(depois de você ter acabado de passar pano), fazer altas birras e você vai ter vontade de esganá-lo! você se culpará por isso? porque eu não conheço uma criança que algum momento não tire sua mãe do sério, e essas mães geralmente pensam- " O que eu fiz pra merecer essa criança?"
“Ser capaz de tolerar os sentimentos de amor e ódio, que aparecem em momentos diferentes da nossa vida, sem que um sentimento destrua o outro, é um sinal de boa saúde mental. Negar ou suprimir qualquer um dos dois leva a relacionamentos desgastados e rígidos, nos quais a pessoa não vive sua realidade emocional por completo.” 
(Trecho do Livro : The Monster Whitin: The Hidden Side of de Motherhood- Barbara Almond)
Quando o "Lado negro" aparecer é preciso se perdoar e não considerar isso um crime, a maioria de nós amamos nossos filhos boa parte do tempo, mas não o tempo todo.
E se você está confusa, impaciente, questionadora, pode sempre recorrer às amigas com filhos, amigas mais velhas com filhos, com profissionais que te dirão o quão normal é isso, descanse um pouco, tenha um tempo para você, isso é o principal. O estresse e o cansaço são fatores que nos levam a esse lado "negro", mas sempre que precisarem, vocês podem ler o meu blog ou dar uma olhada no Recanto das Mamães Blogueiras.
Aposto que vai ajudar de alguma forma!

Eu sou a Karine mamãe mais que apaixonada da Helena, meu maior amor, meu mundo!!!!
Trabalho como Gerente da Loja Uncle K (de bolsas e acessórios, conhece? rsrs)  e sou casada há 8 anos. Moro no rio de janeiro, no lugar mais frio por aqui, no Alto da boa vista!!!
Um beijão,
Kaka

Assim como a Karine, você também pode participar deste espaço como colaborador, basta enviar um email com o link do seu texto para recantodasmamaes@yahoo.com.br

Equipe do Recanto

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17 comentários

  1. Texto PERFEITO!!! Eu sempre converso com o marido sobre isso, que em geral as mães não gostam de admitir essa "dark side"...tem medo de serem julgadas como menos mãe ou algo assim...
    No meu blog sempre falei a verdade nua e crua sobre a minha maternagem...e não me envergonho disso, muito menos deixo de amar menos meu gordinho fofo!!!

    Parabéns Karine pelo post tão real!!!
    Beijos

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  2. òtimo texto, eu amo meu filho demais e por isso decidi colocá-lo na escola esse ano (com 1 ano e 8 meses), precisava de um tempo pra mim, pra fazer as minhas coisas, relaxar...tava ficando muito sem paciência...agora ela vai de manhã pra escola e o resto do dia passamos numa boa, claro que as vezes não tão numa boa....hehehe
    amei, amei amei

    Bjs

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  3. Texto leve, sincero e bem-humorado que acredito eu refletir extamente o que grande parte da mamães sentem... Sou fã dos textos da Kaká!

    Bjs
    Pati

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  4. Karine, obrigado por participar aqui no Recanto com um texto tão sincero.
    Nós amamos muuuuuuito os nossos filhos, mas temos dias difíceis sim.
    Beijinhos e tudo de bom!

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  5. aiai...quem não se sente assim, atire a primeira pedra!
    eu, vivendo ao mesmo tempo a fase do manheeee e da amamentação de um bebê, que o diga!
    ótimo post!

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  6. Nossa me vi nas entrelinhas...simplemente perfeito,belas palavras...

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  7. Ufa! Eu me preparei para ter o meu filho, eu achava que estava pronta, afinal foi planejado, amado e etc e tal.. mas qdo ele nasceu, tudo começou a desandar já no hospital, sofri horrores. 3 meses depois, foi sentí-lo meu filho, apesar de me dedicar e muito a ele, mamava a cada hora incluindo a noite, ficamos exaustos, eu e meu marido. Ele já nem acordava mais para me dar ele no colo para mamar, pois a minha cesárea abriu-se, tive infecção que durou 1 ano, e não podia fazer esforço; e ele era alérgico e chorou de cólicas até 1 ano e 2 meses. Isso tudo, foi me deixando exausta e infeliz. Mas o amei mesmo assim, quando a ajudante foi embora, eu tive a oportunidade de ficar a sós com ele, aos 3 meses, e lhe disse: filho, eu quero além de me dedicar, amá-lo, com toda a paixão que as mães dizem sentir pelos seus filhos, quero hoje, agora, pois estou culpada! E foi assim, ele nunca mais desgrudou de mim, nesse momento, a partir do terceiro mês, eu o senti parte de mim como o sentia na gestação, pois até então, parecia-me um estranho, a me confrontar e compreendi esse amor. Mais tarde, pude entender que mãe tb é gente, que esse amor sempre é amor, mas de uma maneira diferente. Tem dias que vc precisa ser só vc. Então, me desculpo, não me culpo mais. Esse sentimento até vem, mas por alguns instantes apenas. Sim, eu grito às vezes, eu xingo e eu reclamo, afinal, sou honesta em reconhecer que sou uma mulher, um ser humano, bem antes de ser mãe. E sim, meu meu filho é o maior amor de minha vida, incondicionalmente. Por ele fui capaz de muitas coisas, até de ficar 2 meses e 13 dias quase sem dormir para amamentá-lo, mas hoje compreendo que não preciso me destruir para que ele esteja bem. Um não, um desabafo, um me deixe só por favor... faz parte. Ao contrário, ele só pode ser feliz se eu tb estiver feliz, para cuidá-lo bem. Bjos

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  8. Oiiii
    Tô muito,muito feliz por todas estarem gostando tanto do post!to online só pra ver oq vcs estão achando rsrsrs
    Uma honra ter colaborado hj com esse post,mandarei outros viu? hahahahha
    Um beijoooooooooooooooo
    Karine
    www.aventurasdomundomaterno.blogspot.com

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  9. ameiiiiiiiiiiii
    to cansada d ver somente posts de cinderela...só contos d fadas, sem choros, sem colicas, sem birras, com noites inteiras de amor e sexo enquanto seu bebe dorme sozinho no quarto ao lado.... aaaaaaaaaaaaaaa me poupe....
    aqui a coisa anda punk, to exaustaaaa e ele ja tem 2 anos e eu ainda não dormi uma noite inteiraaaaaaaa

    adoreiiiiiiiiiiii obrigada por trazer o mundo real a realidade dos blogs...
    bjuss

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  10. Olá Karine,
    Acho que o mais importante é buscar ter equilibrio em todos os papéis em que atuamos: mãe, mulher, esposa, profissional... Não é fácil mesmo, mas precisamos cuidar para que a maternidade não ocupe todo espaço. Não sei se é porque eu sou super tranquila, mas comigo tem dado certo até então...
    Olha, gostei muito do seu jeito de abordar o assunto, muito descontraido, e trouxe alivio para muitas mamães! Parabéns e bem vinda sempre com seus textos ;)
    beijinhos,
    Lauri

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  11. Nossa,estou me sentindo mais calma.Pq eu tb esperei mt pela minha filha,ela demorou 5 anos p vir,e qd veio tive depressao pos-parto.NAO TEM COISA MAIS HORRIVEL.Foram uns 8 meses de rejeicao, eu deixava ela sempre sozinha num colchaozinho no chao,e me arrependia de ter engravidado.Aí depois q passou essa fase,veio a fase da paixao.Por ela eu queria fazer td.Ai ela comecou a andar, a falar, e a fazer birras,me bater,e t c.E eu nao sou mt paciente,sinceramente.Como diz no texto, ela me chama 58728574398757 vezes msm eu estando do lado dela, isso estressa demais.Eu grito,brigo.Mais minha vida é so pra ela e por ela.Hj ela esta c 2 anos.Td q procuro é p ela, roupas,comidas,td td td.Nem lembro qt tempo faz q nao compro algo p mim.Ela é mt amada,mt querida, mais me sentia culpada pelo lado 'dark'mt latente em mim.QUE BOM QUE NAO SOU SÓ EU!!! abracos.

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  12. Eu tenho esse lado negro sim, me estresso, perco a paciência diariamente, mas eu não levo o lado ruim da maternidade tão à sério. Eu sou otimista, e talvez por isso as coisas sejam bem light´s aqui em casa. E felizmente eu nunca tive um momento desesperador de desejar que meus filhos não tivessem nascido. Ás vezes eu curto um tempinho só pra mim, mas na maioria das vezes sinto falta de estar longe deles! Maternidade é uma grande responsabilidade, não dá pra voltar atrás e nem se arrepender...eu encarei isso com seriedade desde os 16 anos, quando fiquei grávida do Allan, e talvez por isso nunca tenha tido pensamentos tão amargos sendo mãe...e sim, eu amo meus filhos 24 horas por dia! Se estressar, perder a paciência e ficar cansada, pra mim não quer dizer deixar de amar, pq amor é uma escolha, uma decisão, não um sentimento...não precisamos ficar culpadas de ficarmos cansadas e mandar tudo a merda de vez em quando, isso é normal,somos seres humanos, mas não quer dizer que não amamos nossos filhos!

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  13. lindo texto! Perfeito.. sempre me culpo.. meu filho é prematuro e eu dizia que carregaria ele 24H por dia como diz o projeto mãe canguro para ele ser mais saudável, mas ele tá muito gorduchinho e não aguento mais ele o tempo todo.. ai deixo ele sentadinho no carrinho assistindo galinha pintadinho e vo fazer o serviço de casa, fico me sentindo um monstro.. tipo olha lá ela largo o filho dela la sozinho por causa da casa:S ou quando eu to podre de sono não conseguir fazer anda ele não dorme eu tenho vontade de dopalo pra descansar :s depois me sinto uma mãe monstro por pensar assim, achava que era unica e doida por pensar assim :P

    eu assumo meu Dark side :P

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  14. Caramba eu sou normal então!
    Adorei esse texto, e a forma como vc. escreve vou conhecer seu blog.

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  15. Adorei o texto.
    Choques de realidade são imprescindíveis.
    Em todo lugar que a gente lê parece que ter um filho é um conto de fadas.
    Gente, isso não é história em quadrinhos, não é conto da cinderela ... é vida real. A maternidade é humana e nós temos erros e acertos. Mas como dos erros ninguém quer falar é assim mesmo rsrsrs
    Parabéns Karine.

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  16. Nossa! Esse texto é p mim, parece até que vc sabia que eu estava precisando ouvir isso neste momento!
    Amei! Bjs!

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  17. Demais esse post! Um dos melhores que andei lendo ultimamente nessa blogsfera!
    Virei fã do seu blog! amei!
    Beijos
    Déia

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