Pois é, o debate ferveu aqui na blogosfera sobre o artigo publicado no jornal Diário de São Paulo, no último dia 14! (matéria aqui)
Vamos a minha modesta opinião:
Confesso que quando eu fiz a faculdade, mesmo estudando os problemas que podem ocorrer e prejudicar o sucesso da amamentação tive uma visão bem fantasiosa da realidade, tanto que colegas minhas de profissão me questionaram quando eu relatei as minhas dificuldades em amamentar (contei aqui, aqui, aqui e aqui...). Acho que os profissionais deveriam ser melhor preparados para lidar com esta fase tão delicada da maternidade.
Não vou julgar as mães da reportagem, li que algumas não puderam amamentar mesmo, outras não quiseram, mas quem sou eu para julgar? Eu sei muito bem que amamentar não é fácil.
Lembro que quando estava grávida presenciei uma conversa entre duas mães mais experientes, e ambas disseram que odiaram amamentar, e que só o fizeram até o quarto mês por amor aos filhos e por obrigação. Na época fiquei chocada, mas hoje não julgo, não mesmo! Cada um possui uma resistência a dor, cada um tem suas prioridades.
As minhas dificuldades (dor na descida do leite, fissuras,escassez) foram até o final do terceiro mês. Só fui sentir o tal prazer em amamentar depois de 4 longos meses.
E houveram momentos em que eu achava que ele não me amava, que eu era só um peito para ele? Claro que não, embora eu tenha ouvido isso de expectadores nem um pouco sensíveis, em mais de uma oportunidade! O apoio do círculo social é muito importante, principalmente da família.
Quanto ao vínculo que se estabelece, este é real, inclusive fiz uma pesquisa na faculdade em uma disciplina chamada "psicologia aplicada a nutrição" que falava sobre isso, mas nem por isso sinto que sou mais ou menos mãe do que ninguém só por amamentar.
A meu ver, boa mãe é aquela que se dedica. Que pensa no filho, que ama, que educa, que se abstém de tudo em prol do seu herdeiro, que defende, que trabalha pelo seu filho ou que fica em casa pelo seu filho, que dá o peito, a mamadeira, o que quer que seja pensando no bem do seu. É isso. E quem nunca errou mesmo tentando acertar? E quem disse que todas conseguem? E quem disse que é fácil?
Hoje o meu filho tem 7 meses, mama no peito e está iniciando aos poucos e com muita calma no mundo dos alimentos complementares. Amo amamentar, e confesso que já fui do tipo que achava estranho uma criança de dois anos mamando no peito, porém hoje já reconsidero a minha opinião, embora já tenha ouvido comentários de pessoas sem informação querendo que eu pare de amamentar, ou por ele ser grandão, e parecer ter mais do que apenas 7 meses, ou por ser melhor desmamar enquanto é cedo, enquanto ele não entende. Digo uma coisa: ele entende sim, e muito bem! E mais: além de fazer um bem danado para ele, me faz muito bem ter aquela mãozinha fofa me dando carinho, aquele narizinho gelado encostado na minha pele, aquele suspiro de satisfação, ver o quanto ele se acalma instantaneamente sempre que é colocado no meu peito e outras tantas demonstrações de amor que temos um pelo o outro nesses momentos que são só nossos.
Por enquanto seguimos assim: está bom para ambos, estamos ambos satisfeitos, felizes e confortáveis. E cabe a ambos a decisão de mudar isso.
Arthur, o nenê-mamão aos 7 meses.
beijos!
Bia
16 comentários
aiiii amiga tu ja deve ter visto minhas inumeras queixas, com essas pessoas inconvenientes me julgando pois ainda amamentar o davi, ja tentei parar varias vezes, mas fico com tanta pena dele, ele amaaaaaaaa o mamazinho..sofro com isso sabe...
ResponderExcluirbjusssssss
Amiga,
ResponderExcluirAcho que a amamentação tem que ser algo prazeiroso, cheio de felicidade, e nem toda mamae sente isso. Acho que amamemtar é muito pessoal e varia de mamae para mamae.
Se você se sente feliz em amamentar, então vá em frente, senão, de a mamadeira.
Acho queo bebe precisa de uma mae feliz, e não com os ombros pesados pela obrigação.
Eu amei amamentar, me sentia feliz, mais ja presencie amigas amamentando aos prantos. Acho que isso afeta o bebe.
Pesquisas indicam que uma mae feliz, num colo carinhoso, pode transfeir do bebe para ela todo desconforto que ele sente, ou seja, é isso que o bebe precisa. Eu nunca mamei no peito, minha mae não tinha leite, e sempre fui uma criança feliz e saudavel!
Vamos levantar a bandeira da MAMÃE FELIZ! Seja com ou sem peito!
Beijos no coração.
Madri
Oi Bia, concordo em gênero, número e grau com vc, sem tirar nem pôr!
ResponderExcluirNão estou "nem aí" para o que os outros pensam ou falam; meu bebê vai mamar até quando este "acordo" entre nós dois - e só entre nós dois - existir!
Abraços!
Olá meninas! Pela primeira vez estou visitando o blog de vc's que encontrei através do twitter de uma amiga.
ResponderExcluirAcho que toda mãe deve sim amamentar o seu bebê, até quando achar necessário, não importando a opinião alheia. Estou com 22 semanas de gestação e trabalho e fico muito apreensiva so de pensar que antes do sexto m~es terei que introduzir uma alimentação mais reforçada. Fico com medo do meu filho não querer mais o peito.
Well... Aquelas que conseguiram ou amamentam exclusivamente vão odiar a materia.
ResponderExcluirAs que não conseguiram ou não querem vão aplaudir.
Essa briga vai ser eterna.
A única coisa que vou expressar é: Essa jornalista é valente como um touro!
Rs
Beijos!
Oi Bia
ResponderExcluirvc tmb acompanhou de perto meu problema com a amamentação né, eu só não amamentei mais porque Bryan não quis mesmo, largou o peito e hoje quando brinco de oferecer pra ele, faz cara feia, e chega até a colocar as mãozinhas afastando.
EU tmb idealizava uma coisa a respeito da amamentação e foi outra completamente diferente. A campanha do ministério é linda, mas infelizmente não mostra a realidade que muitas mulheres vivem: que é a dificuldade de amamentar.
acho que a campanha deveria ser mais encorajadora, para auxiliar as mulheres que tem dificuldade no começo.
e concordo com vc, amamentação não faz uma mulher ser mais mãe e a que não amamenta não será menos mãe, justamente porque o amor esta nos cuidados, no carinho, e em tantos outros momentos. Não adianta nada amamentar até os 7 meses e fazer isso de forma apressada, sem vontade alguma só por obrigação né!!
Acho lindo o Arthur mamando...onw
parabens pela sua determinação em amamentá-lo!!!!
bjos
Oi Bia, eu li a matéria e do ponto de vista de jornalista (que sou) ela foi extremamente tendenciosa e parece querer estimular uma guerra entre as mães que amamentam e as que não. A famosa desinformação.
ResponderExcluirComo mãe, que amamentou exclusivamente até os seis meses e continua a amamentar, acho que o respeito a escolha de cada um é algo que deve vir em primeiro lugar. Eu acredito que isso é o melhor para minha filha e se alguém me pede orientação eu supro essa pessoa de informação para que ela possa ser bem sucedida naquilo que eu acredito que seja o melhor. Mas se a pessoa não quer amamentar ou não pôde,deve ser respeitada também.
Eu sei o sofrimento ddas mães que seja por falta de informação ou por problemas existentes sim, querem amamentar e não conseguem. Por isso sou solidárias a elas e tento falar da minha experiência com todo cuidado para que seja algo a acrescentar e não para magoar.
Desta mesma forma que respeito quem opta em não amamentar, que sou carinhosa com quem não conseguiu amamentar, quero ser respeitada por optar amamentar minha filha até quando ela quiser e eu puder.
Obrigada por colocar esse assunto em pauta.
bjs,
Oi, Bia. Olha, eu tive grandes problemas na amamentação. Peito rachou, sangrou, rachou de novo, não tinha leite, filho puxava o mamilo chorando para sair, um inferno total. Ele passou muita fome nas duas primeiras semanas, até que desisti e entrei com o Nan. Ele mamava pelo menos uma vez por dia no peito mas ainda assim tinha que dar complemento. Minha fabricação foi ridícula... depois secou de vez. Mas, acho que cada um é cada um mesmo. Queria amamentá-lo até hoje, mas confesso que isso foi mesmo uma tortura pra mim. No começo senti muito remorso, mas hoje estou bem e Vini crescendo super saudável.
ResponderExcluirBeijo grande!
Bia, não li a matéria (pretendo assim que arrumar um tempinho aqui), mas concordo que não podemos julgar... nunca.
ResponderExcluirConcordo que a dedicação é o que conta. Quantas mães não conseguiram amamentar e nem por isso deixaram de se dedicar, de encontrar o seu momento com o filho?
Qdo precisei dar a primeira mamadeira para a minha mais velha, com 4 meses, por baixo ganho de peso, quase pirei... me sentia "incompetente", incapaz de alimentar minha cria e morria de medo que ela desmamasse. Mesmo dando mamadeira, continuei oferecendo o leite materno sempre primeiro e usava a mamadeira como complemento. Aquele era um momento tão nosso, tão único, que não queria perder... fazia aquilo por mim e por ela. Ela não só permaneceu no peito, como mamou até os dois anos, sem que isso atrapalhasse a introdução de alimentos, o sono, nada... hoje ela tem 4 anos e amamento minha caçula (1 ano) com a certeza de que estou aproveitando momentos únicos e que sentirei saudades!
Bia, eu sofri muito com o início da amamentação. Olha, foi doído demais, mas eu tinha em mente não desistir. Eu fiquei gerando junto com a gravidez, o desejo enorme de amamentar o José Marcos e qdo ele nasceu pensei em não desistir, de lutar e consegui. Ele perdeu peso no início e tudo, mas minha pediatra disse que não existe leite fraco e que cada mãe produz o leite ideal pra seu filhinho e assim eu fui cada dia mais me esforçando e vencendo toda a dor... Olha, foram 28 dias agonizantes, mas com todo o apoio da minha mãe e do meu marido, eu consegui superar...
ResponderExcluirHj, vc sabe, José Marcos está com 1 aninho e ainda mama, é o meu bezerrinho e eu me orgulho muito disso. Como super bem, mas não larga o peito e eu tb não quero e nem vou me preocupar com isso. Se ele quiser, vou amamentá-lo até os dois aninhos.
Tudo bem, eu entendo realmente as mães que não conseguem amamentar etc e tal, mas são raras... a maioria não suportam a dor, essa é a verdade, e acabam por desistir...
Minha mãe teve 6 filhos. Sou a caçula. Ela não amamentou nenhum de nós, disse que desistiu pela dor e nem se arrepende...rsrsrs é mole? Mas me deu apoio total pra não desistir...
Bjs querida. Genis.
http://mamaegenis.blogspot.com/2009/12/da-teoria-para-pratica-amamentacao.html
OLá! Não li a matéria, quando tive minha filha em 1997 na cidade de Curitiba, tive problemas nas primeiras mamadas (rachaduras, dor...etc) liguei para um programa da prefeitura e fui muito bem atendida (gratuitamente) por uma mulher que me acalmou (eu estava aos prantos) e me explicou o que fazer...ensinou-me até a usar a banana vede para a cicatrização da mama e deixou claro que se eu precisasse ela iria até minha casa para auxiliar-me (não sei te dizer se é assim até hoje e com todas ou eu que fui presenteada em conseguir ser atendida por alguem tão bom) amamentei até os 9 meses, nos primeiros meses me sentia um prato de arroz com feijão...rsrs. Mas era muito mais fácil para mim não ter que levar aquele monte de tralha para alimentar meu bb, sai com a bolsa e uma sacola com fralda nada mais...rsrs. ela parou por conta própria...aos poucos não procurava mais...
ResponderExcluirGrande abraço
Ola!
ResponderExcluirSou mãe de uma gatinha de 1 ano e 7 meses. Amamantei-a até 1 ano e quase 1 mês. Ao contrario de vc, nunca tive nenhum problema durante a amamantação: meu peito não rachou, não sentia dor(somente qdo voltei a trabalhar e o peito ficava ultra-mega-super cheio, parecia que ia explodir!) e para nós (Maricota e eu) foi excelente nossos momentos juntas, porque é isso o que acontece, o mundo para diante de nós, naquele momento não exitia mais nada, apenas eu e ela.
Porém, quando cresceu, proximo aos 11 meses, amamentar deixou de ser prazeroso pois estava muito cansada e decidi tira-la do peito. Foi muuuuuuito dificil! Só consegui tirar usando um remedio no peito de insuportavel sabor e odor.
Durante um bom tempo, Mariah referiu-se ao peito como caca,tamanho seu 'trauma'. Mas vejo que para nós foi a melhor solução e continuamos super ligadas, o vinculo nao abalou.
bjs
Márjorie e Mariah
Adorei o tema e a discussão. Eu amamentei no peito exclusivo por seis meses, adoro, acho uma delicia, sim foi muito desgastante no início mas me sinto super satisfeita e faria tudo de novo. A questão do vinculo é complexa, e amamentar é muito mais que dar leite, do peito ou da mamadeira. Para as que procuram informação e orientação, pense apenas o seguinte: Há 10 mil anos o homo sapiens sapiens (nós) nasce e cresce do mesmo jeito. Somos mamíferos. Se puder, dê seu leite. Se não, dê o que vc puder. Faça o seu melhor e pronto.
ResponderExcluirMeu filhinho nunca teve nem mesmo uma febre, e moramos em Ctba e o tempo varia demais. Acho que vale a discussão. bj
Li a reportagem também e igualmente,fiquei chocada em alguns momentos. Já escrevi sobre amamentação no meu blog, justamente a questão sobre algumas propagandas que são feitas a respeito, e comentários de famosos ou mesmo profissionais da área de saúde sobre o tema.
ResponderExcluirClaro que é importante amamentar e deve ser a primeira opção das mães, mas ao mesmo tempo, algumas propagandas e comentários e campanhas tratam o assunto discriminando quem não amamenta, sem levar em conta que algumas mulheres simplesmente não conseguem.
Graças a Deus tenho muito leite (tanto que estou doando, também escrevi sobre isso), mas sei o quanto foi doloroso no começo. Depois melhorou a partir de uns 30 dias mais ou menos e agora dói de novo,porque meu filho está com uma pega muito forte e de vez em quando me "puxa" quando termina.
Não acho justo falarem "mal" das mães que não conseguem,pois tenho muitas amigas que quiseram amamentar e não conseguiram por diversos motivos e sei o quanto elas se sentem mal quando leem determinados artigos ou reportagens onde se recrimina o fato da não amamentação, como se todas as mulheres pudessem fazer essa opção.
Mas a questão do artigo em discussão aborda as coisas de uma forma "nova" - recriminando quem amamenta! Aí eu não entendi nada mesmo. Na verdade, comecei a achar que o artigo tivesse sido escrito por uma mãe revoltada por não ter amamentado e se sentido mal com a situação, então, ao invés de enaltecer o leite materno colocou as coisas como... leite materno não faz sentido ou então, é um "atraso de vida" para a mãe moderna. Não é por aí.
Acho que os artigos sobre o assunto, que as campanhas que são feitas e ainda, que os comentários das "famosas" deveriam levar em conta os 2 lados da moeda: fortalecer sim a importância do leite materno, mas sem "ofender" quem não pode amamentar (sim,minhas amigas se sentem ofendidas muitas vezes por isso).
Agora, sobre mães que optam pela não amamentação mesmo tendo leite? Me desculpem se tiver alguém aqui nessa situação,mas acho que é um certo egoísmo da parte delas.Além de um alimento completo e uma "vacina" natural, é um alento para os bebês, que muitas vezes precisam só de um tempo no peito para se acalmarem, como acontece bastante com meu filho.
E o artigo, que vergonha,parece que só buscou profissionais "contra" o aleitamento materno... que artigo mais parcial nos fatos. Muito tendencioso, pessimamente escrito!!!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Bia! O meu sonho era amamentar o meu filho Paulo Neto. Mas infelizmente ele não mamava muito no peito, ele tinha dificuldades devido ao forte refluxo que ele tinha. E você sabe quanto menos a criança mama o leite vai diminuindo.
ResponderExcluirMas tentei o de tudo, até mesmo a dor que eu sentia ficou bem pequena na dor que eu tinha no meu coração quando via o meu filho na mamadeira. Fui até as últimas consequencias e percebendo a minha tristeza o pediatra do meu filho me disse que eu não seria nem mais ou menos mãe caso eu não conseguisse.
Mas sou a maior incetivadora da amamentação no meu blog e além de achar um vínculo essencial entre mãe e filho só há benefícios para ambos. Mas acho que a mídia deveria expor melhor as dificuldades para que se acontecer o que aconteceu comigo as mães não deveriam sentir tão frustadas. Amamentar é difícil, doído mas é um momento abençoado, puro e eterno.
Conheça o meu blog. Adorei o seu post, parabéns!
Carol Siqueira.
www.falamamae.com
Obrigado por comentar, ficamos felizes!